quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sistema de monitoramento costeiro agrega estação para medir nível do mar

Projeto financiado pelo MCTI inaugurou sua primeira estação maregráfica no Rio Grande do Sul. Rede deve se expandir para outras 11 cidades litorâneas em todo o País.

 O Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta) instalou sua primeira estação maregráfica, nas proximidades do Molhe Oeste da Barra de Rio Grande (RS). O equipamento foi financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e destina-se a medições precisas do nível do mar e de outros parâmetros meteorológicos.
O equipamento está em operação desde janeiro. Segundo o coordenador do sistema, Carlos Garcia, estações maregráficas registram a elevação da maré em zonas urbanas, de maneira a permitir a previsão de riscos de inundação em áreas costeiras devido ao aumento progressivo do nível do mar.
No caso do SiMCosta, o monitoramento fica ainda mais detalhado porque o projeto se conecta à Rede Altimétrica de Alta Precisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Raap/IBGE), que fornece a altitude exata de pontos do território nacional.
"O SiMCosta visa à implantação e à manutenção de um sistema observacional, constituído de plataformas, fixas ou flutuantes, dotadas de sensores meteorológicos e oceanográficos necessários para monitorar as propriedades físicas, químicas e biológicas das águas costeiras", explica o coordenador.
Garcia informa que mais 11 estações maregráficas devem ser instaladas, ainda em 2015, em municípios litorâneos com densidade populacional: Imbituba (SC), Paranaguá (PR), Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Porto Seguro (BA), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Itaqui (MA) e Santana (AP).
"O que distingue essas estações das já existentes no Brasil é o fato de que todas vão estar geoferenciadas à linha altimétrica do IBGE, de sul a norte do País", ilustra. "Isso é fundamental para avaliar os impactos do aumento do nível do mar em zonas costeiras. Toda a rede vai funcionar com a mesma tecnologia e os mesmos instrumentos".
Desde setembro de 2014, também integra o SiMCosta uma boia meteo-oceanográfica, estrutura flutuante com sensores presa por uma corrente ao fundo do mar, localizada em São Sebastião (SP). Garcia prevê que o sistema envolva, ainda neste ano, outras duas unidades, no Paraná e em Santa Catarina.
Monitoramento
O coordenador do SiMCosta menciona dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) a respeito do nível médio global do mar, que teria subido aproximadamente 20 centímetros no último século.
"É imperativo, portanto, aumentar a capacidade brasileira de monitoramento do nível do mar, pois em alguns locais a elevação, eventualmente, ocasionará alagamentos com possíveis perdas de propriedades e de habitats marinhos e terrestres", aponta Garcia.
À frente do SiMCosta, estão o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT para Mudanças Climáticas) e a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), por meio da sub-rede Zonas Costeiras, com sede no Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Contribuem com recursos para o SiMCosta o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que instituiu a Rede Clima em 2007; o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI); o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (Fundo Clima/MMA); e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).

por Ascom do MCTI

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