sábado, 11 de outubro de 2014

Mudança do clima requer nova abordagem para insegurança alimentar

Fome ainda atinge mais de 800 milhões, diz FAO
As últimas estimativas da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) indicam que a redução da fome global continua: cerca de 805 milhões de pessoas no mundo estão cronicamente subnutridas, mais de 100 milhões a menos que na última década, e 209 milhões a menos que em 1990-92. No mesmo período, a prevalência da subnutrição caiu de 18.7% para 11.3% globalmente e de 23.4% para 13.5% em países em desenvolvimento.
Se os percentuais são positivos, a magnitude dos números ainda é impressionante. Tanto que a segurança alimentar se encontra no centro dos esforços mundiais na luta contra a mudança do clima, disse o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, em discurso na semana passada na Cúpula do Clima da ONU, em Nova York.
“Não podemos chamar o desenvolvimento de sustentável enquanto a fome ainda rouba de mais de 800 milhões de pessoas o direito a uma vida decente,” afirmou ele, em referência ao mais recente relatório da entidade, O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo – 2014.
Apesar do progresso obtido, diz o trabalho, ainda existem “diferenças marcantes” em regiões, como a África Subsariana, cuja situação pouco mudou nos últimos anos. Uma em cada quatro pessoas na área se encontra subnutrida. Como região mais populosa, a Ásia ainda tem o maior número de habitantes nesta condição.
No passado, os esforços para alimentar o mundo eram focados em melhorar a produção agrícola para se obter mais alimentos. Mas os desafios de hoje, incluindo a mudança do clima, pedem uma nova abordagem, disse Graziano.
“Precisamos  mudar para sistemas alimentares mais sustentáveis, que produzam mais com menos danos ambientais e que promovam o consumo sustentável, uma vez que hoje jogamos fora de um terço à metade do que produzimos,” prosseguiu ele.
Trata-se principalmente de uma questão de acesso, segundo o diretor. O planeta produz alimentos suficientes para todos, mas a segurança alimentar é uma outra questão: “As pessoas não estão com fome porque não há comida disponível, mas porque não têm acesso  a ela,” afirmou, de acordo com o All Africa.

Por José Eduardo Mendonça para Planeta Sustentável.

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