segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Acidificação do mar deixa peixes ansiosos

José Eduardo Mendonça - 09/12/2013 às 10:26
juvenile-rockfish
Fenômeno afeta também digestão de ouriços
A química dos oceanos está se alterando. E não afeta apenas os corais, as ostras e outras espécies que têm dificuldades agora para desenvolver suas conchas. Está tornando as percas (Morone saxatilis) jovens ansiosas e perturbando a digestão de ouriços.
O pH (índice de acidez) dos mares está declinando rapidamente, em grande parte por causa do crescimento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera. Como o carbono se dissolve na água para formar ácido carbônico, os mares estão respondendo ao aquecimento global.
As primeiras e mais evidentes vítimas serão provavelmente os corais, adaptados a um valor específico de pH nos oceanos, mas já há relatos de problemas de criadores de ostras.
Martin Tresguerres, da Universidade da Califórnia-San Diego diz, em estudo no Proceedings of the Royal Society B, que pelo menos uma espécie de peixe mostra resposta preocupante à alteração da química oceânica.
O pesquisador e seus colegas submeteram percas jovens da Califórnia ao tipo de química prevista com o aumento dos níveis de CO2 e depois examinaram seu comportamento em resposta a mudanças de luz no aquário e a um objeto não-familiar no tanque. Descobriram que o pH mais baixo tinha um efeito pronunciado sobre um dos neuro-receptores dos peixes ligado à ansiedade e que ele durava pelo menos sete dias depois de as condições voltarem ao normal. Os peixes tiveram o mesmo comportamento depois de testados com uma droga indutora de ansiedade.
E um estudo alemão, (sic) da Universidade de Gotenburgo, na Suécia, publicado no Nature Climate Change, examinou como as larvas de ouriços respondiam a alterações no pH. O que se descobriu foi que sua digestão fica mais lenta e menos eficiente, problema sério para seres jovens no ambiente competitivo do mar.
Diversos outros estudos, grande parte deles da Austrália, mostraram que a acidificação causa mudanças no processamento sensorial e possivelmente na capacidade cognitiva de diversas espécies de peixes, diz o Live Science.
Foto: Scripps Institution of Oceanography

Fonte: Planeta Sustentável

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