segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ciência para o mar é vital para a soberania do país, diz Raupp

Na avaliação do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, a ciência para o mar é vital para a questão da soberania nacional, assim como os programas nuclear e espacial.
“São áreas tecnológicas estratégicas para o desenvolvimento do país. Para se desenvolver submarinos, por exemplo, precisamos ter capacitação forte em TI [tecnologia da informação], em redes de comunicação de dados, nanotecnologia e biotecnologia. É preciso lançar mão de todas as tecnologias, pois elas se somam”.
A declaração foi feita nesta quarta-feira (25) durante a abertura do 3º simpósio de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, no Rio de Janeiro. O evento, cujo tema é “A fronteira do conhecimento para a conquista do mar”, acontece até a sexta-feira (27), na Expansão do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).
Raupp destacou algumas ações do MCTI para a promoção da biodiversidade e o desenvolvimento regional sustentável, dentre elas, a aquisição do navio de pesquisa hidroceanográfica, em parceria com a Marinha, a Petrobras e a companhia Vale. A embarcação irá ampliar a presença da ciência brasileira no Atlântico Sul e Tropical. O navio está sendo construído na China, que detém a expertise em embarcações do tipo offshore (com capacidade para navegar em alto mar). A previsão é a de que o projeto esteja concluído até o segundo semestre de 2014.
“Temos como premissa a sustentabilidade da biodiversidade tanto da Amazônia quando do mar, portanto, a ciência e a tecnologia são os instrumentos que dispomos para usufruir dos recursos naturais sem destrui-los. Não queremos perder recursos naturais, mas sim, utilizá-los permanentemente”.
O ministro lembrou ainda que a criação do Instituto Nacional de Pesquisas Oceanográficas e Hidroviárias (Inpoh), que prevê uma série de ações de interesse nacional em áreas específicas do conhecimento, como a conservação da biodiversidade marinha, a melhoria de processos associados à pesca, aquicultura e maricultura, bioprospecção, proteção e adaptação de zonas costeiras para as mudanças climáticas, realização de estudos sobre vias fluviais, hidráulica fluvial e portuária, além de formação de recursos humanos na área de hidroceanografia.
Biodiversidade marítima
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, Almirante-de-Esquadra Wilson Guerra, lembrou que as nações têm voltado suas atenções para o potencial do mar em termos de recursos naturais.
“A busca pelo conhecimento, utilizando todo o nosso potencial científico e tecnológico, pode e deve ser fortalecida nos ambientes acadêmicos, nos centros de pesquisa, nas fundações de amparo à pesquisa, nas federações das indústrias e comércio e em todos os outros segmentos ligados ao desenvolvimento científico, tecnológico e socioeconômico do país”.
Guerra também frisou a necessidade de unir esforços para que o país consiga controlar essa fonte de recursos minerais e biotecnológicos que podem ser explorados economicamente, como as bacias petrolíferas, as crostas cobaltíferas, as áreas ricas em manganês, níquel, cobre, titânio, platina, entre outros.
Além de painéis com palestras, o 3º Simpósio de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha contará com debates acerca de assuntos relacionados à área. A expectativa é a de que até mil pessoas participem do evento, que reúne representantes da academia, instituições civis, militares e empresas.
O objetivo do encontro é aprofundar os debates sobre as áreas de conhecimento ligadas às ciências do mar, apresentar o desenvolvimento científico e tecnológico no segmento e assegurar as riquezas de um imenso espaço oceânico, chamado pela Marinha brasileira de a “Amazônia Azul”, para as futuras gerações de brasileiros.

Texto: Juliana Leite – Ascom do MCTI

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