quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Seca no RN

Não falta água para os usos prioritários (humano e animal, urbano e rural, e industrial) no RN, numa época como essa a barragem de Açu, no centro do Estado, detém ainda mais de 1 bilhão de m³ e libera pela sua comporta mais de 2 vezes o consumo de toda a população do Estado de 6.000 L/s, sem contar as maiores barragem do rio Apodí (Santa Cruz e Umarí) que se encontram também com mais de 50% de armazenamento e os rios perenes do litoral e as águas subterrâneas dos aquíferos Barreiras, Jandaíra e Açu, no litoral e interior. A solução definitiva do problema de abastecimento do RN passa por um amplo programa de abastecimento rural com adutoras formando um sistema integrado a partir das maiores barragens do Estado, com investimentos médios anuais de R$ 20,00/pessoa amortizados em 50 anos. Portanto, o problema é antes de tudo político. Dessa forma, a questão maior da seca passa pela convivência e adaptação das atividades agropecuárias com as condições climáticas da região, tendo em vista que a atividade de irrigação é bastante restritiva, em grande escala, viabiliza-se apenas nas proximidades de grandes fontes hídricas, requer grandes consumos de água e viabilidade econômicas para o seu desenvolvimento. É importante se destacar que, atualmente, a atividade agropecuária do semiárido, que envolve menos de 30% da população do semiárido, apesar da sua importância social, apresenta-se com economia cada vez mais inexpressiva no contexto regional.
Prof. João Abner – UFRN.

Abaixo, comentário do autor enviado ao blog, por ocasião da autorização para publicação da nota acima.
Sem dúvida
Apesar do meu discurso otimista, uma espécie de provocação, no NE encontra-se um dos semiáridos mais chuvosos do mundo, com precipitações médias de 700 mm  e com uma grande infraestrutura de açudes (pequenos médios e grandes) distribuídos em todo o seu território, hoje praticamente não existe locais topograficamente disponíveis para a construção novas grandes barragens, não podemos deixar de reconhecer a conjuntura socioeconômica extremamente desfavorável do semiárido, sendo o mesmo um dos mais povoados do mundo, com essa população convivendo numa economia estagnada em patamares muito baixo. Portanto, dado o nível de desorganização da sociedade e desvios das políticas públicas, é natural que um seca como essa que atinge a região provoque os efeitos nefastos denunciados.
A questão é: o que nós todos estamos fazendo para mudar isso?
Basta de esperar pelo poder público corrompido pela indústria das secas!
Será que não chegou a hora da sociedade civil do NE intervir nesse processo?

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