segunda-feira, 30 de julho de 2012

Meio ambiente: curso em resíduos sólidos

MMA abre inscrições para orientar prefeituras e governos estaduais na elaboração dos planos de gestão do lixo. Treinamento será feito a distância.


Rafaela Ribeiro, portal do MMA

Estão abertas as inscrições para a terceira turma do curso de ensino a distância para orientar a elaboração de planos estaduais e municipais de gestão de resíduos sólidos. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o ICLEI-Brasil – entidade que reúne 1.200 governos e associações compromissados com o desenvolvimento sustentável - com apoio da Embaixada Britânica ministram o curso para 400 participantes da segunda turma, que teve início no último dia 16. A primeira turma foi considerada piloto e contou com 250 alunos.

No período de inscrições desta segunda turma, a procura foi muito grande. "Tivemos cerca de 800 inscrições e só pudemos oferecer 400 vagas. Por isso priorizamos gestores e técnicos que estão trabalhando diretamente com os planos regionais", explicou o gerente de Projetos do MMA, Saburo Takahashi. Quem não foi contemplado na turma que está em andamento, pode fazer sua inscrição novamente para essa terceira turma que tem previsão de início no dia 20 de agosto. "Além desta, já temos outras duas turmas previstas: uma para setembro e outra para outubro", destacou.

O curso foi traçado com base na estrutura e no conteúdo do Manual de Orientação disponível no portal do MMA no link:
http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_publicacao/253_publicacao09042012101719.pdf

MÓDULOS

O diretor de Ambiente Urbano do MMA, Silvano da Costa, explicou que um dos instrumentos mais importantes da Política Nacional de Resíduos Sólidos são os planos. "Esse curso tem a finalidade de apoiar e preparar os gestores para produzirem seus planos e aperfeiçoarem a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos", afirmou.

O curso é dividido em módulos, onde são sugeridos textos e vídeos complementares, bem como atividades e fóruns de discussão para que o aluno conheça e se aprofunde nos principais conceitos para elaboração de qualificado um plano de gestão. "O fórum planos e práticas é um dos mais ricos, pois é o espaço onde os participantes estão trocando experiências e dúvidas sobre a elaboração planos", afirmou Gabriela Alem, coordenadora de Projetos do ICLEI-Brasil.

Os participantes devem se dedicar, em média, dez horas semanais durante um mês. O curso é oferecido por meio de plataforma com acesso restrito aos alunos onde os módulos ficam disponíveis. Cada participante acessa a plataforma e cursa as aulas nos horários que lhe for mais conveniente. Após o início, são 30 dias para finalizar o curso todo.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no site: www.eadresiduos.org.br

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia debate mudanças climáticas

25/07/2012 - 20:22
Períodos de seca e enchente, perda de biodiversidade, repiquetes e capacidade de adaptação das populações tradicionais a variações nas condições climáticas. Essas e outras questões foram abordadas durante a mesa-redonda sobre o tema “Ecossistemas de áreas úmidas brasileiras: vulnerabilidade e perspectivas de uso sustentável”, promovida, nesta terça-feira (24), pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), integra a programação oficial da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A mesa-redonda contou com as apresentações das pesquisadoras Carolina Joana da Silva, da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat) e Maria Tereza Piedade (Inpa/MCTI), esta que proferiu palestra sobre “as áreas inundáveis amazônicas: características, vulnerabilidade e perspectiva do uso sustentável”.

No início de sua preleção, Maria Tereza falou sobre os ambientes amazônicos e o comportamento do nível das águas ao longo do ano. “Na América do Sul, é estimada uma cobertura de áreas úmidas em torno de 20%, o que ocorre em todos os biomas brasileiros, cada um com suas próprias características”, disse.

Outro aspecto abordado pela pesquisadora do Inpa foi o ritmo de crescimento das árvores nos ambientes alagados, observado por meio da dendocronologia, um estudo que permite aos pesquisadores prever o tempo de desenvolvimento das espécies arbóreas em épocas de seca ou enchente.

Ao revelar que, nos últimos 20 anos, os estudos apontam picos de cheias e secas mais intensas, Maria Tereza destacou um modelo de estudo, que permite antecipar, com dois meses de antecedência, o pico de cheia nos rios na região amazônica, que este ano atingiu mais de 11 mil famílias no Amazonas.

Fonte: Portal do MCTI

terça-feira, 24 de julho de 2012

CPTEC/INPE promove quarta turma do Curso de Calibração de Sensores Meteorológicos

De 6 a 10 de agosto, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), promove a quarta edição do Curso Prático de Calibração de Sensores Meteorológicos, em Cachoeira Paulista (SP).

O objetivo do curso é introduzir os conceitos da Metrologia Ambiental, de acordo com as recomendações e requisitos técnico-científicos das áreas de Meteorologia (World Meteorological Organization - WMO) e Metrologia (International Organization for Standardization - ISO), de forma a capacitar os profissionais dessas áreas a avaliar o grau de confiabilidade das medições obtidas através da instrumentação meteorológica. Conceitos como rastreabilidade, calibração, verificação e estimativa da incerteza de medição são indispensáveis para evidenciar a qualidade dos dados da pesquisa ambiental.

Ministrado por especialistas do CPTEC/INPE, o curso proporciona a disseminação do conhecimento de normas, métodos e procedimentos de calibração através de aulas práticas, junto aos sistemas de calibração de sensores e medidores de variáveis meteorológicas do Laboratório de Instrumentação Meteorológica do CPTEC.

O curso conta com  apoio da Associação dos Pesquisadores do Experimento de Grande Escala da Biosfera - Atmosfera na Amazônia (APLBA).

A programação e o link para as inscrições estão disponíveis no site http://cursos.cptec.inpe.br/calibracao-sensores-meteorologicos-iv/

Congresso Brasileiro de Meteorologia

Com o tema "Incertezas e Desafios para a Sustentabilidade Planetária: O Papel da Ciência Meteorológica", será realizado em Gramado-RS, no período de 23 a 28 de setembro de 2012, o XVII Congresso Brasileiro de Meteorologia (CBMET 2012). O prazo para as inscrições de apresentação de trabalhos foi prorrogado, segundo comunicado abaixo:

Prorrogado o prazo para submissão de trabalhos
A Comissão Organizadora do XVII CBMET comunica a prorrogação do prazo para submissão de trabalhos. O novo prazo estende até 06 de Agosto.

O XVII Congresso Brasileiro de Meteorologia será realizado de 23 a 28 de Setembro, na ExpoGramado, Gramado, RS.

Os trabalhos devem ser enviados por meio do site do evento.

As informações sobre as normas para submissão de trabalhos são encontradas em www.cbmet2012.com/trabalhos/

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ciência, tecnologia, inovação, vaca e leite

Fugindo um pouco da temática predominante do blog, segue artigo de Ivan Oliveira. Aos entendedores, meia palavra basta. Publicado no portal Folha-UOL, Tendência/Debates.

O físico austríaco Guido Beck (1903-1988), pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) de 1951 até a sua morte, dizia que "querer a tecnologia mas não querer a ciência é como querer o leite mas não querer a vaca".
Ao longo da história, há vários exemplos. Vejamos alguns poucos:
1) O escocês James Maxwell previu, com suas equações, em 1873, a existência e a propagação de ondas eletromagnéticas. As ondas de rádio foram produzidas pela primeira vez por Heinrich Hertz, em 1888, dando partida às comunicações por rádio;
2) Einstein, em 1905, descobriu a sua famosa fórmula: e=mc2. A energia nuclear só passou a ser explorada a partir da década de 1940. Mais uma dele: em 1916, publicou a relatividade geral, que substituiu a teoria da gravitação de Isaac Newton. Hoje, o GPS emprega a relatividade para funcionar corretamente;
3) A mecânica quântica, formulada no primeiro quarto do século 20, é a base de toda a ciência dos materiais: semicondutores (matéria-prima dos chips de computadores), metais, isolantes, materiais magnéticos e nanotecnologia. Só nos EUA, estima-se que cerca de 40% do PIB decorre de inovações diretamente ligadas às aplicações da mecânica quântica, utilizada para produzir, por exemplo, computadores, eletrodomésticos e carros;
4) O inglês Tim Berners-Lee, ao solucionar um problema de transferência de arquivos de dados científicos entre computadores no maior laboratório de física básica do mundo, o CERN, no início dos anos 1990, inventou a internet;
5) Cristais líquidos (usados em monitores de TV, computadores, tablets) foram descobertos em 1888 pelo botânico Friedrich Reinitzer, quando estudava, na Universidade de Praga, propriedades do... colesterol!



A relação entre ciência, tecnologia e inovação segue uma ordem de causa e efeito que não pode ser invertida. Não se retira uma vaca de um copo de leite. É um grave equívoco pensar que se pode separar a atividade científica básica das soluções tecnológicas. A tecnologia é um "efeito colateral" da ciência.
Apenas no Instituto Tecnológico de Massachusetts, MIT, o número de patentes obtidas em 2011 foi de 160, contra 572 pedidos do Brasil inteiro no mesmo ano --em geral, nem todos os pedidos resultam em patentes concedidas.
Ao leigo, pode dar a impressão de que os cientistas do MIT passam o dia pensando em novas invenções.
Essa noção desaparece quando verificamos que, entre os 27 prêmios Nobel de Física que passaram pelo MIT (em um total de 63 daquela instituição), encontram-se nomes como o de Richard Feynman (1965), Murray Gell-Mann (1969) e Steven Weinberg (1979), todos dedicados à compreensão de fenômenos físicos fundamentais, sem qualquer viés aplicativo imediato.
A fórmula para a geração de tecnologia e inovação é simples. Coloque em um mesmo lugar cientistas, engenheiros e estudantes, em bom número, pesquisando, juntos, fenômenos básicos da natureza, com laboratórios, oficinas e bibliotecas bem equipados.
Não existe outra forma. Não é rápido, não é barato. Não gera dividendos políticos imediatos, não dá resultados em um par de mandatos. Tem de haver consistência no financiamento, persistência na aplicação da fórmula e paciência. No Brasil, ciência básica é produzida nas universidades e nas unidades de pesquisa de vários ministérios.
Soluções mágicas, impostas por manobras burocráticas, podem matar a nossa vaca, que tem saúde frágil. E, como se sabe, vaca morta não dá leite.
IVAN OLIVEIRA, 50, doutor em física pela Universidade de Oxford, é pesquisador titular e coordenador da pós-graduação no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas

domingo, 15 de julho de 2012

Rio Grande do Norte: Mar avança e 'engole' praias

Ricardo Araújo - repórter, em matéria da TN

Mesmo com todos os avisos de estudiosos e os inúmeros prejuízos financeiros já registrados ao longo do litoral potiguar, o poder público não tem qualquer projeto que vise amenizar os efeitos do avanço do mar no Rio Grande do Norte. Estudos apontam há décadas que o problema é sério e só tende a piorar. Além de Ponta Negra - que está em estado de calamidade devido a destruição do calçadão - outras 16 praias do litoral têm situação crítica em relação à erosão. A TRIBUNA DO NORTE visitou algumas dessas praias e mostra o cenário de destruição e as tentativas frustadas de impedir o avanço das águas.
projetos para conter o avanço do mar

Os sábios afirmam que contra a força da natureza não há muralha, obra de engenharia ou invenção tecnológica que resista, quando aquela se manifesta de forma abrupta. Seja através dos ventos, tempestades ou pelo movimento das marés, as ações naturais, em alguns casos, causam devastação e alertam populações quanto ao desenfreado e irresponsável crescimento das cidades em áreas irregularmente ocupadas. Especialistas afirmam que o cenário de guerra que se formou na praia de Ponta Negra nos últimos dias é a prova de inúmeras ações humanas inconsequentes.

Esta realidade, porém, não se resume somente a um dos mais conhecidos cartões postais do Rio Grande do Norte. Os processos erosivos afetam mais de 60% das praias potiguares e causam, além de tristeza e frustração, prejuízos econômicos aos moradores que assistem suas casas serem levadas pelas águas do mar. "Se tivesse sido só a casa, tudo bem. A gente construiu outra. Mas são lembranças de uma vida", relembrou o pescador aposentado Emanoel Joaquim Filho, de 67 anos. Debaixo do que restou da estrutura do antigo Mercado Público de Caiçara do Norte, às margens do mar, ele aponta onde era sua casa, distante cerca de 50 metros praia adentro. "O mar foi avançando e destruindo tudo. Nós tivemos que ir recuando. E continua avançando", adverte Emanoel.

Ao longo de 50 anos, três ruas foram levadas pelas marés naquele município. Os 14 gabiões  - estruturas de pedra bruta revestida por telas de proteção - de 45 metros comprimento e quatro de altura, erguidos a partir  de 1986 com o intuito de reduzir o impacto da quebra das ondas, não impede que o mar avance cidade a dentro nos períodos de ressaca, entre os meses de dezembro e fevereiro. "As primeiras destruições causadas pelo avanço das marés ocorreram nos anos 80. Existia uma faixa de quase 100 metros para chegar no mar, hoje tem menos da metade", comenta o presidente da Colônia de Pescadores de Caiçara do Norte, Godofredo Nunes Cacho. O processo de erosão que ocorre em Caiçara do Norte atinge pelo menos mais quatro praias potiguares de forma severa - Graçandú, São Bento do Norte, Touros e Macau - e, coincidentemente, todas localizadas no litoral setentrional (parte Norte do estado).

PROCESSO
De acordo com o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Marcelo dos Santos Chaves, o avanço do mar é um processo geológico milenar e que tem ligação direta com a mudança do eixo da Terra.  "Em alguns milhões de anos, já foram identificados 16 processos de aquecimento e resfriamento global. O aumento ou diminuição do nível do mar é cíclico e a culpa do que está atualmente ocorrendo é do homem, que constrói em locais inadequados e não respeita   a legislação", afirma. O professor faz referência à Lei 9.760 de 1946, que discorre sobre os terrenos de marinha, que compreendem uma faixa de 33 metros de terra a contar da preamar média de 1831 no sentido da costa. Esta quantidade de metros corresponde, segundo relatos históricos, a 15 braças, que seria a largura suficiente para um exército marchar em defesa do Rei de Portugal.

Nas regiões mais povoadas ou cobiçadas do litoral potiguar, seja pelas belezas naturais ou pelo potencial turístico, além do trecho de marinha não ser respeitado, os bancos de areia foram reduzidos em até 180 metros com o avanço do mar. "Em menos de 10 anos, o mar já invadiu quase 200 metros na praia da Soledade, em Macau", relata o professor Marcelo Chaves. Ele destaca, entretanto, que o avanço do mar é um processo lento e gradual que não ocorre do dia para a noite. "Há inúmero pontos de erosão no RN que são pouco conhecidos", alerta. A erosão costeira atinge hoje cerca de 57% das praias de todo o planeta e os custos para a recuperação dos trechos erodidos são bilionários. A União Europeia, por exemplo, gastou cerca de 3,2 bilhões de euros em 2003 na tentativa de recuperar as praias.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Opiniões sobre o clima

MMA ouve a população sobre medidas que devem ser adotadas para reduzir os problemas causados pelas emissões atrópicas de gases de efeito estufa.

Lucas Tolentino

O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Carlos Klink, participa, nesta quinta-feira (12/07), da consulta pública presencial à população da Região Sul referente aos quatro Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação em Mudanças do Clima. O encontro é realizado em Curitiba e se divide em pacotes de medidas para as áreas de indústria, da mineração, da saúde e de transporte e mobilidade urbana.

A consulta integra a Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC) e pretende estabelecer políticas para o alcance de objetivos como a redução dos problemas causados pelas emissões atrópicas de gases de efeito estufa. No evento, estão sendo discutidos os pontos focais dos planos setoriais e as possíveis mudanças propostas pelos participantes.
Serão realizadas consultas presenciais nas cinco regiões do país. Na última semana, o evento ocorreu no Rio de Janeiro. Na próxima quarta-feira (18/07), será a vez de ouvir as contribuições de representantes do Nordeste, em encontro que ocorrerá no Recife. Em seguida, serão feitas consultas em Palmas, Manaus e Brasília.

CONSULTA ELETRÔNICA

Os quatro planos setoriais também ficarão disponíveis para consulta eletrônica até o dia 15 de agosto, na página virtual do MMA. Depois disso, as sugestões e propostas enviadas pela população serão compiladas e submetidas a processo de aprovação para passarem a integrar o conteúdo dos documentos. O objetivo é readequá-los às demandas da sociedade e incorporar novas ações.

Com a conclusão dos planos, a intenção é que a execução das medidas contribuam para o alcance da meta nacional de redução entre 36,1% a 38,9% das emissões projetadas para 2020. A implantação e o monitoramento dos documentos serão conduzidos pelos respectivos órgãos setoriais, com a coordenação do Grupo Executivo sobre Mudança do Clima (Gex).

Seca já afeta 500 mil potiguares e deve se agravar no 2º semestre

De Sérgio Henrique Santos para o Diário de Natal

 (Montagem/DN)
A emergência continua em 139 dos 167 municípios potiguares por causa da seca. O decreto nº 22.859, publicado ontem pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) no Diário Oficial do Estado prorrogou por mais 90 dias a emergência da estiagem. A situação de emergência havia sido decretada no dia 11 de abril, através do decreto nº 22.637. Ontem a governadora esteve no velório e sepultamento do cardeal Dom Eugênio Sales, no Rio de Janeiro, e não pôde comentar os motivos da continuidade. A população afetada, segundo levantamento da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pesca e da Pecuária (SAPE) é de 500 mil pessoas. No segundo semestre, “o sertanejo não terá o que consumir porque não produziu nada”, alerta o meteorologista Gilmar Bistrot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).

No interior a situação contibua preocupando os pequenos produtores rurais e afetando o plantio. No decreto, Rosalba Ciarlini justifica que especialmente nas zonas rurais dos municípios afetados a falta de água prejudica a produção agrícola e a pecuária, assim como o consumo humano e animal. Além dos problemas sócioeconômicos que traz a seca, há “dificuldade, por parte da Administração Pública local de adotar medidas emergenciais que minimizem a situação de anormalidade”, diz o decreto.

Até agora, as pancadas de chuvas de inverno foram insuficientes para a formação de estoques de água nos principais reservatórios, açudes, tanques, poços tubulares, barreiros e cisternas no interior do Estado. A situação pluviométrica dos principais mananciais do Estado, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) é crítica, conforme aponta o último relatório. Há redução do volume d’água em alguns reservatórios. “Fazemos acompanhamento mensal. Nosso relatório mostra que essas chuvas que ocorreram no final de junho e início de julho se concentraram no litoral. Os açudes do interior continuam num processo de diminuição de volume”, afirmou Gilberto Jales, titular da Semarh.

A situação mais crítica, segundo o secretário, se verifica nos açudes públicos da região do Alto Oeste potiguar, em cidades como São Miguel, Pilões e Tenente Ananias, que apresentam capacidade hídrica em torno de 30%. “Temos um horizonte de pelo menos seis meses até o início das prováveis próximas chuvas, em janeiro, e há alguns casos que inclusive a situação já compromete o abastecimento das cidades”, ressaltou Jales. “Além de abastecer a cidade, alguns açudes também servem para plantações. Nelas, foi preciso diminuir o volume dessa água de irrigação para priorizar o abastecimento humano”.

Conforme consta no decreto da governadora, “a estiagem na área rural dos municípios continua caracterizada como gradual e de evolução crônica, de grande porte e de grande intensidade, onde os danos causados são importantes e os prejuízos vultosos, contribuindo para intensificar a estagnação econômica e o nível de pobreza do semiárido norte-rio-grandense, e consequentemente, os desequilíbrios inter-regionais e intra-regionais”, descreve Rosalba.

Previsão desanimadora no segundo semestre
Outro fator triste para o homem do campo é a previsão nada animadora de chuva nos próximos meses. O monitoramento feito pela Gerência de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) aponta que, entre janeiro e fevereiro de 2012, época em que normalmente mais chove no semiárido potiguar, houve “irregular distribuição temporal e espacial das chuvas”. O relatório também aponta que nos meses seguintes a situação se manteve crítica. “Fica claro o predomínio de ocorrência de poucas e irregulares chuvas durante o mês de março, que segundo a climatologia é um dos meses, juntamente com o mês de abril, que apresenta maiores índices pluviométricos”.

Gilmar Bistrot, meteorologista da Emparn, afirmou que a previsão não é animadora. “A prorrogação do decreto já era previsível. O período mais seco do ano está por vir, entre setembro e novembro. Mesmo em épocas de chuvas normais, os índices médios nesse período são os mínimo. A média histórica acumulada é no entorno de 50 milímetros durante os três meses”, explicou. “Em virtude da pouca chuva entre fevereiro e maio, os reflexos maiores serão sentidos agora no segundo semestre. Não houve produção de recursos naturais em virtude do período chuvoso ter sido abaixo do normal, nem de reserva hídrica nem de produção de agricultura. Infelizmente a stuação é bem crítica”.

Defesa Civil realiza vistoria


A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec-RN) atesta o quadro característico de Situação de Emergência, ainda de acordo com o parecer Técnico nº 002/2012, de 10 de abril de 2012. O representante da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), 2º Tenente do Corpo de Bombeiros, Júlio César, vai visitar, hoje, alguns municípios em situação de emergência, como Caicó e Mossoró. A visita tem como objetivo verificar, por amostragem, a  situação nos municípios, bem como apoiar no que for necessário, inclusive nas orientações, quanto aos procedimentos adotados nesta situação.

Desastres naturais: Inpe lança plataforma aberta para monitoramento

11/07/2012 - 19:44
Uma plataforma computacional aberta que permite a qualquer usuário desenvolver seu próprio sistema operacional de riscos ambientais. Esse é o principal objetivo da TerraMA2, que será lançada oficialmente na próxima quarta-feira (18) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) em São José dos Campos (SP).

Por meio da nova ferramenta do Inpe, será possível monitorar qualquer ocorrência a partir de informações disponíveis na internet, utilizando dados de satélites, de radares meteorológicos, modelos de previsões numéricas ou, ainda, de pontos fixos como plataformas de coleta de dados (PCD), sondas, bóias, estações e instrumentos geotécnicos.

Uma das vantagens da inovação é a liberdade com que o usuário poderá acompanhar e registrar incêndios florestais, deslizamentos, enchentes, estiagens, cortes na rede de energia pela incidência de raios ou movimentos de marés com ressacas em regiões portuárias, entre outras situações de risco.

A integração da TerraMA2 a serviços geográficos e modelagem – por meio do acesso, em tempo real, a dados meteorológicos, climáticos, atmosféricos, hidrológicos, geotécnicos, demográfico – viabiliza, ainda, o monitoramento de ocorrências como abalos sísmicos, descargas elétricas, epidemias e áreas com maior incidência de homicídios.

Nova versão da plataforma antes chamada de Sismaden, o TerraMA2 é mais um resultado de 25 anos de pesquisa e desenvolvimento do INPE, com base em inovação, na área de geotecnologias estratégicas. Criador do SPRING, o software livre de informação geográfica mais utilizado no Brasil, e de ferramentas como TerraLib, TerraView, TerraAmazon e TerraME, o Instituto desenvolveu o TerraMA2 para atender a uma demanda crescente de aplicações de monitoramento, análise e alerta em diversas áreas.


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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Poluição ameaça floresta nos EUA

Tracie Cone - Associated Press

Califórnia - A floresta da Califórnia, que reúne as maiores e mais antigas árvores do mundo, as gigantes sequoias, também ostenta um outro título: tem a pior poluição do ar de qualquer parque nacional dos Estados Unidos. "Os níveis de ozônio aqui são comparáveis aos de áreas urbanas como Los Angeles", afirma Emily Schrepf, da Associação de Conservação do Parque Nacional, um grupo de defesa sem fins lucrativos. "Não está certo." A sinalização nos centros de visitantes alerta quando não é seguro caminhar no parque. O site de empregos do governo na internet alerta aos candidatos a uma vaga que aquele local de trabalho não é saudável, e trabalhadores do estacionamento são instruídos todos os anos sobre danos ao pulmão e ao coração que podem ser causados pela poluição.

Embora árvores enfraquecidas sejam mais suscetíveis a secas e pestes, o impacto de longo prazo sobre pinheiros e sequoias que têm cerca de 3 mil anos ou mais não está claro. "Se isso está acontecendo num parque nacional que não está nem mesmo perto de uma área urbana, o que você acha que está acontecendo no seu quintal?", questiona Annie Esperanza, uma cientista que estudou a qualidade do ar por 30 anos.

Trata-se de um problema em vários dos 52 parques dos EUA que têm seus níveis de ozônio monitorados constantemente, incluindo o Joshua Tree National Park, no deserto de Mojave, na Califórnia, e o Great Smoky Mountains National Park, na Carolina do Norte. Em nenhum outro caso, entretanto, esse problema é tão grave quanto no Parque Nacional de Sequoias e nas proximidades, em Kings Canyon.

Embora incêndios na floresta gerem alguma poluição, a maior parte vem do Vale São Joaquim, uma extensão de terras cortada pelas duas rodovias com maior volume de tráfego de caminhões que cruzam o país de norte a sul, fábricas de processamento de alimentos e dezenas de milhares de tratores movidos a diesel.

A poluição se forma quando os raios do sol atingem poluentes como óxidos de nitrogênio e componentes orgânicos voláteis gerados por motores de veículos, solventes, pesticidas, vapores de gasolina e adubo orgânico. "Não há nenhuma resposta simples para poluição de ozônio", diz Thomas Cahill, um pesquisador da Universidade da Califórnia, que estuda o problema do ar no parque e em toda a Califórnia.

Respirar ozônio em níveis elevados até mesmo por um período curto pode causar bolhas no pulmão assim como os raios ultravioleta (UV) causam na pele, segundo conclusão de cientistas. O problema é quantificar os níveis de exposição, uma vez que algumas pessoas têm danos pulmonares em doses menores do que outras. A única forma de melhorar o ar no parque é melhorar o ar na área de São Joaquim, algo que até agora provou-se ilusório devido às inúmeras fontes de poluição.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Inpe realiza trabalho pioneiro de medição de CO2

Pela primeira vez, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) utilizou uma estação micrometeorológica para medir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) no oceano, na costa da Região Sul do país.

No período de 11 a 21 de junho, uma expedição do Inpe esteve a bordo do navio oceanográfico Cruzeiro do Sul, percorrendo a costa de Itajaí (SC), Paranaguá (PR) até chegar ao Chuí (RS). A região foi escolhida pela sua importância para o sequestro do dióxido de carbono atmosférico.

Com esse estudo, será possível entender melhor as conexões climáticas entre o oceano, a atmosfera e o continente sul-americano, além de contribuir para aperfeiçoar o sistema de previsões de tempo e clima para as regiões Sul e Sudeste do país e a publicação de artigos e teses sobre o tema.

De acordo com o coordenador da expedição, o pesquisador do Inpe Luciano Pezzi, as informações coletadas serão utilizadas em projetos como o Atlantic Ocean Carbon Experiment (ACEx).

“São dados inéditos e importantes sobre os regimes de fluxos atmosféricos na região chamada de Atlântico Sudoeste. Com esses dados, vamos avançar no entendimento dos processos químicos, físicos e dinâmicos da interação oceano-atmosfera, bem como das trocas de fluxos nessa interface”, explicou Pezzi.

O trabalho do Inpe incluiu, ainda, a observação da variabilidade das correntes marinhas ao largo da costa do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram coletados dados sobre o sistema de correntes oceânicas chamado “Corrente do Brasil”, mais quente e salino do que a “Corrente Costeira do Brasil”, que sofre influência da descarga de água doce do rio do Prata e se torna mais fria e menos salina.

Simultaneamente às coletas oceanográficas, foram lançados balões para sondar a atmosfera. Essas informações levantadas durante o cruzeiro serão aplicadas no projeto do Sistema Integrado de Monitoramento do Tempo, do Clima e do Oceano (SIMTECO).

“Esse monitoramento é fundamental para melhor entender o impacto de tais correntes marinhas na atmosfera. Este conhecimento poderá no futuro ajudar a melhorar as previsões do clima e do tempo da região sul do Brasil, assim como suas consequências sobre a linha da costa gaúcha”, diz o pesquisador do INPE. Participaram do cruzeiro oceanográfico pesquisadores do INPE, Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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INSA lança publicação sobre população do Semiárido Brasileiro

O Instituto Nacional do Semiárido – INSA nesta terça-feira (26/06) lançou a Sinopse do Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro. O objetivo da publicação foi disponibilizar informações atualizadas acerca das principais características da população da região semiárida, abordando o aspecto quantitativo, distribuição em nível regional e/ou municipal, por sexo, cor ou raça e faixa etária. Os dados apresentados foram extraídos do XII Recenseamento Geral do Brasil (Censo Demográfico 2010), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tendo apenas o recorte da região Semiárida.
Os resultados revelaram que a região Semiárida contabiliza 1.135 municípios distribuídos no espaço geográfico de nove unidades da Federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais, totalizando uma extensão territorial 980.133,079 km2, onde reside uma população de 22.598.318 habitantes, superior as das regiões Norte e Centro-Oeste, e representando aproximadamente 12% da população brasileira. Quanto à representatividade dos grupos etários na região semiárida, os números evidenciaram um predomínio da população adulta em relação aos demais grupos etários.
Organizada, sistematizada e divulgada em sua primeira edição na forma impressa e em meio digital (www.insa.gov.br/censosab), esta publicação constitui mais uma fonte de consulta para subsidiar a realização de estudos e pesquisas sobre a realidade da população do Semiárido brasileiro, além de contribuir na definição de políticas públicas regionais, investimentos público e privado, bem como no planejamento e uso sustentável dos recursos naturais atualmente.

Para maiores informações acesse: http://www.insa.gov.br/censosab/

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mestrado em Ciências Climáticas - 2012.2

Encontram-se abertas as inscrições para o Curso de Mestrado em Ciências Climáticas da UFRN para o segundo semestre de 2012. As atividades serão  iniciadas em no mês de agosto. Podem se inscrever graduados em áreas afins, com formação em métodos de modelagem ou ciências experimentais (instrumentação científica e sensoriamento remoto). O período de inscrição é de 02 a 20 de julho de 2012, e pode ser feita através do link Processos Seletivos, acessado pela página do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas - PPGCC.