quarta-feira, 4 de julho de 2012

Inpe realiza trabalho pioneiro de medição de CO2

Pela primeira vez, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) utilizou uma estação micrometeorológica para medir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) no oceano, na costa da Região Sul do país.

No período de 11 a 21 de junho, uma expedição do Inpe esteve a bordo do navio oceanográfico Cruzeiro do Sul, percorrendo a costa de Itajaí (SC), Paranaguá (PR) até chegar ao Chuí (RS). A região foi escolhida pela sua importância para o sequestro do dióxido de carbono atmosférico.

Com esse estudo, será possível entender melhor as conexões climáticas entre o oceano, a atmosfera e o continente sul-americano, além de contribuir para aperfeiçoar o sistema de previsões de tempo e clima para as regiões Sul e Sudeste do país e a publicação de artigos e teses sobre o tema.

De acordo com o coordenador da expedição, o pesquisador do Inpe Luciano Pezzi, as informações coletadas serão utilizadas em projetos como o Atlantic Ocean Carbon Experiment (ACEx).

“São dados inéditos e importantes sobre os regimes de fluxos atmosféricos na região chamada de Atlântico Sudoeste. Com esses dados, vamos avançar no entendimento dos processos químicos, físicos e dinâmicos da interação oceano-atmosfera, bem como das trocas de fluxos nessa interface”, explicou Pezzi.

O trabalho do Inpe incluiu, ainda, a observação da variabilidade das correntes marinhas ao largo da costa do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram coletados dados sobre o sistema de correntes oceânicas chamado “Corrente do Brasil”, mais quente e salino do que a “Corrente Costeira do Brasil”, que sofre influência da descarga de água doce do rio do Prata e se torna mais fria e menos salina.

Simultaneamente às coletas oceanográficas, foram lançados balões para sondar a atmosfera. Essas informações levantadas durante o cruzeiro serão aplicadas no projeto do Sistema Integrado de Monitoramento do Tempo, do Clima e do Oceano (SIMTECO).

“Esse monitoramento é fundamental para melhor entender o impacto de tais correntes marinhas na atmosfera. Este conhecimento poderá no futuro ajudar a melhorar as previsões do clima e do tempo da região sul do Brasil, assim como suas consequências sobre a linha da costa gaúcha”, diz o pesquisador do INPE. Participaram do cruzeiro oceanográfico pesquisadores do INPE, Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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