quinta-feira, 21 de junho de 2012

Rio+20: Sustentabilidade na Caatinga


Evento apresenta propostas e recomendações formuladas pelos estados, com a participação dos municípios e da sociedade civil, para o desenvolvimento sustentável dos principais biomas brasileiros.

Melissa Silva


Secretários estaduais e municipais de Meio Ambiente debatem sobre a Carta da Caatinga para a Rio+20 em evento que apresenta propostas e recomendações formuladas pelos estados, com a participação dos municípios e da sociedade civil, para o desenvolvimento sustentável dos principais biomas brasileiros. O evento é uma promoção da Abema e da Anamma, associações de entidades estaduais e municipais de meio ambiente, e integra e programação do Parque dos Atletas da Conferência das Nações Unidades sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

A Caatinga abriga mais de 34 milhões de pessoas, ocupa 18% do território nacional e tem 53% de sua cobertura vegetal preservada. Seus desafios concentram-se na segurança hídrica e alimentar e na matriz energética industrial e domiciliar. "No dia em que discutimos uma carta pela sustentabilidade do bioma para a Rio+20, infelizmente temos de registrar a preocupação com a população do semi-árido que hoje vive uma das piores secas da história e ainda recebe água por meio do caminhão, o que é uma indignidade para a condição humana", disse Hélio Gurgel, presidente da Abema.

HARMONIA

Perspectiva que pode ser modificada, segundo gerente de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Campelo, se as possibilidades que existem ao conviver em harmonia com a biodiversidade, buscando alternativas de uso sustentável que transformam a realidade cruel da seca em oportunidades de manejo e negócios verdes, começarem a ser enxergadas.

"Não existe conservação se não houver bom uso e não encontrarmos harmonia ambiental, que hoje é uma das provocações da nossa realidade, defende Campelo. "Por isso, precisamos de um marco legal que não seja inibidor do uso, mas sim provedor dessas alternativas sustentáveis para a Caatinga".

Iniciativas como a Bodega de Produtos Sustentáveis da Caatinga, que são as mulheres do sertão fazendo negócios ecológicos com a produção de artesanato, óleos, azeites, laticínios de cabra, doces de frutas típicas da região, como umbu, caju, murici, entre outros produtos da sociobiodiversidade do bioma. O Projeto Nutre é outra boa prática de uso sustentável da Caatinga apresentada por Campelo que inclui a comercialização dos produtos da agricultura familiar na alimentação escolar das nove capitais do Nordeste.

FULIGEM


O uso de fogões ecológicos é umas das alternativas para a limpeza da matriz energética industrial e doméstica da Caatinga, que, conforme Campelo, ainda tem 40% de sua população cozinhando com lenha, a grande maioria em fogões rústicos, exposta à fumaça e à fuligem, em situações que provocam doenças respiratórias e glaucoma, além de ser a 8ª causa de morte do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), condição que mata mais gente do que a malária.


Durante o dia, os secretários também discutiram sobre as cartas da Amazônia e do Cerrado; o Pacto Nacional pela Gestão das Águas; Políticas Públicas para a Mata Atlântica; e o financiamento do Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: Portal do Ministério do Meio Ambiente.

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