domingo, 10 de junho de 2012

Rio+20: Presença do Rio Grande do Norte

UFRN vai enviar a representante do Estado à conferência

O Rio Grande do Norte terá um representante na cúpula Rio +20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a ser realizada no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho. A UFRN irá enviar a bióloga Eliza Xavier Freire, que é coordenadora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade. A pesquisadora irá participar dos debates que devem desembocar na construção de uma série de propostas sobre desenvolvimento sustentável a serem viabilizadas por países de todo o mundo. Segundo a professora Eliza Xavier, a intenção é avaliar o que já foi feito e o que ainda precisa avançar.

A Rio +20 é a conferência sucessora da Eco 92, também realizada no Rio de Janeiro e que modificou a forma como os governos e países se relacionavam com as questões relativas ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, expressão que à época ainda era "novidade". Hoje, 20 anos depois, o termo "desenvolvimento sustentável" se popularizou ao ponto de ser utilizada na maior parte das vezes sem muito critério. "Hoje parece uma palavra vazia, antiga, mas é um conceito amplo, importante, que as pessoas usam sem se preocupar se de fato estão postas as condições para um desenvolvimento pleno", diz a professora Eliza.

Colocar em prática o que será discutido entre pesquisadores, gestores, representantes de organizações não-governamentais e sociedade civil organizada é o grande desafio. Da Eco 92, por exemplo, restam várias propostas não colocadas em prática, inclusive no Brasil, país-sede e signatário do protocolo de propostas. Um exemplo: o ordenamento da ocupação urbana nas grandes cidades. Tragédias como a que aconteceu no Rio de Janeiro no ano passado podem ser evitadas, caso alguns dos encaminhamentos já presentes na Eco 92 fossem levados adiante. "A questão das grandes cidades é um exemplo do que não foi levado a sério pelos governos", diz Eliza Xavier.

Mesmo assim, nem tudo foi imobilidade e retrocesso nos 20 anos que se seguiram à Eco 92 e formataram os debates da Rio +20. Há uma série de ganhos e pode-se dizer que a política ambiental foi outra depois da primeira conferência. "Temos uma política de unidades de conservação, aprovamos uma lei das águas. Há muitas questões importantes que foram encaminhadas", diz Eliza. E complementa: "Hoje temos consciência de que não há desenvolvimento econômico sustentável sem preocupação com o social e o meio ambiente. O debate deve seguir nesse caminho".

Nem todas as universidades estarão representadas na cúpula da Conferência. O MEC selecionou as instituições mais destacadas, entre elas a UFRN. "O papel dos pesquisadores será dar um direcionamento técnico. Se a Academia fosse sempre ouvida não passaríamos por situações como a do Código Florestal, que, no texto aprovado no Congresso, significa um retrocesso para a política ambiental brasileira", reclama a bióloga.


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