segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Calibração de anemômetros

Agência FAPESP – O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) anunciou que irá expandir o serviço de calibração de anemômetros de copos para estações meteorológicas e parques eólicos. Segundo o instituto, a ampliação da oferta do serviço ocorrerá em função do aumento da utilização da energia eólica no país.
O anemômetro é um instrumento essencial para o cálculo da eficiência do parque eólico. As medições de velocidade do vento são informadas em metros por segundo (m/s). Com esse controle, o gestor do parque pode tomar medidas para aumentar a eficiência de sua produção e também evitar que ela caia a níveis abaixo dos parâmetros mínimos definidos nos leilões de energia.
Para a prospecção, o anemômetro também é um instrumento fundamental. Esse trabalho é feito ao longo de dois ou três anos, confrontando os dados do mapa eólico do país com as velocidades obtidas na prospecção. Dessa forma, são definidos os pontos exatos de instalação de cada torre e a altura do gerador, por exemplo, 30, 60 ou 100 metros.
A calibração do anemômetro é feita em túnel de vento. Nesse trabalho, são verificados os níveis de ‘erro’ e ‘incerteza’ dentro da faixa de tolerância das normas técnicas.
O IPT é acreditado para a calibração de anemômetros de copos de acordo com a norma internacional ISO 17025, seguindo também os parâmetros da Rede Brasileira de Calibração (RBC), que tem gestão do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O laboratório do IPT também é vinculado ao International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC).
Segundo o Ministério das Minas e Energia, hoje a energia eólica representa ainda apenas 0,4% da matriz de Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) no país, com um suprimento nominal da ordem de 2,2 terawatt hora (TWh), enquanto 74,3% são provenientes de hidrelétricas.
As principais regiões que têm potencial eólico no país são os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mais informações: www.ipt.br 

Comentário do autor do Blog.
Mais uma vez enfrentamos uma nítida indução de aumento da "assimetria" Sul-sudeste desenvolvido versus Nordeste e demais regiões dependentes.

Os principais estados da federação com grande potencial eólico ficam quase todos no Nordeste, com reconhece a reportagem acima. 

Pelo visto até agora, os investimentos em pesquisas de inovação tecnológica da atual gestão do MCT, vai tudo para São Paulo ou, na melhore da hipóteses, para alguns estados vizinhos.

O MCT, há uns 2 anos atrás, sinalizou com transformação do Centro Regional Nordeste (CRN) do INPE, localizado em Natal  em um Centro de Referência em manutenção, desenvolvimento e calibração de equipamentos nas áreas de Meteorologia, Oceanos e Ambiente. Foi projeta o LIA (Laboratório de Instrumentação Ambiental), com dotação orçamentária inicial de cerca de 4 (quatro) milhões de reais, via TR da FINEP, a serem investidos exclusivamente no CRN/INPE (embora os projetos envolvessem docentes da UFRN, a esta não caberia um centavo destes recursos). 

Pois bem, com a mudança do Governo Federal, de Lula para Dilma, e em especial de todo o corpo do Ministério (seria, Paulistério?) da Ciência e Tecnologia, da noite para o dia puf... o dinheiro da TR sumiu! Certamente não desapareceu simplesmente, mas foram bem (espero!!), investidos em instituições do MCT localizadas no Sul-Sudeste (não teria sido, mais uma vez, em São Paulo?).
Não resta dúvidas que a implantação do LIA seria um "outbreak", um "breakthrough", para a importante área de instrumentação em ambiente, clima e oceanos, em termos regionais, que certamente seria disseminado em pouco tempo para outras áreas, regiões, menos desenvolvidas.

Enfim, sem a concretização do LIA, deram um "consolo" para o CRN, destinando-lhe o papel de mero gerenciador do SINDA (ver link http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=2372 ).

Assim, fica difícil. Só se vier um novo Messias da Ciência e Tecnologia, preferencialmente paulista e com reputação científica obtida em institutos ou universidades norte-americanas, querendo transformar os rincões do Nordeste em um novo "Vale do Silício" ou coisa parecida.

 

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