sábado, 27 de novembro de 2010

Pesquisa britânica sobre clima revela tendências conflitantes

Estudo constatou que variações na temperatura e no gelo marinho estão em desacordo

A temperatura global média subiu nos últimos 160 anos, mas as tendências de curto prazo na temperatura e no gelo marinho parecem estar em desacordo entre elas e precisam ser mais estudadas, disse o Centro Hadley do Escritório Meteorológico do Reino Unido.
Em relatório sobre as tendências climáticas de longo e curto prazo, o Centro Hadley constatou vários fatores que apontam para o aquecimento do mundo e disse que 2010 foi um dos anos mais quentes na história.
O relatório baseou-se no trabalho de mais de 20 instituições em todo o mundo, usando medições obtidas de satélites, balões meteorológicos, estações meteorológicas, bóias marítimas, navios e pesquisas de campo.
O estudo indicou aumento nas temperaturas do ar sobre a terra e o mar, aumentos na temperatura da água e da umidade, elevação do nível do mar e o encolhimento do gelo marinho do Ártico.
"A temperatura média ao longo da primeira década do século 21 foi consideravelmente mais quente que em qualquer década anterior do histórico instrumental, que se estende por 160 anos", diz o relatório.
A despeito da variabilidade anual, sendo alguns anos mais quentes e outros mais frios, uma tendência clara de elevação da temperatura mundial pode ser observada a partir do final da década de 1970, com aumento de 0,16 graus por década, diz o relatório.
"As evidências obtidas com as observações, abrangendo uma grande gama de indicadores, são de que o mundo está se aquecendo", disse Matt Palmer, especialista em observação oceanográfica no Escritório Meteorológico.
"Além de um aumento claro na temperatura do ar, verificado sobre o mar e a terra, temos observações que condizem com o aumento dos gases-estufa."
Mas as tendências de curto prazo quanto à temperatura e ao gelo marítimo parecem divergir entre si. A velocidade do aumento de temperatura diminuiu nos últimos dez anos, ao mesmo tempo que o nível do gelo marítimo subiu.
Modelos climáticos sugerem que a variabilidade do sistema climático possa ser responsável pelo declínio recente na rapidez do aquecimento, diz o relatório.
Mudanças na atividade solar, no vapor de água, o aumento das emissões de aerossóis na Ásia e mudanças nas maneiras como a temperatura da superfície oceânica é medida ao longo dos últimos dez anos, tudo isso pode ter contribuído para parte do esfriamento artificial, diz o relatório.
"Prevemos que o aquecimento aumente nos próximos anos. Contudo, outros fatores externos futuros, como erupções vulcânicas ou mudanças na atividade solar, podem prolongar a atual redução no aquecimento", diz o relatório.
São necessárias mais pesquisas sobre alguns dos fatores que influenciam as tendências climáticas de curto prazo, que não são plenamente compreendidas ou representadas nos modelos climáticos.

 Fonte: Agência Reuters - a matéria original pode ser lida aqui.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Governo Dilma poderá criar órgão para cuidar de mudanças climáticas

Boas novas vindo em boa hora.

"A criação de um órgão para coordenar ações necessárias sobre as mudanças climáticas “está sendo considerada” pela equipe de transição de governo da presidenta eleita Dilma Rousseff. A informação foi dada pelo subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República, Johaness Eck, ao participar hoje (25) de debate sobre a Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas (COP 16), que será realizada em Cancún, no México, do dia 29 deste mês até 10 de dezembro."

Por:
Jorge Wamburg
Da Agência Brasil
Em Brasília


O trecho acima é parte da matéria publicada pelo UOL aqui.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estudo de nuvens prevê maior aquecimento global.

Abaixo uma tradução nossa de uma matéria interessante publicada aqui  pelo Science Daily hoje, 23/11/2010, sob o título "Cloud Study Predicts More Global Warming".

O estado da arte atual dos modelos climáticos prevêem um aquecimento significativo em resposta ao aumento dos gases com efeito de estufa como o dióxido de carbono. No entanto, os modelos discordam profundamente quanto à magnitude do aquecimento que podemos esperar. O desacordo entre os modelos se deve principalmente às representações diferentes de nuvens. Alguns modelos prevêem que a cobertura de nuvens média global aumentará em um clima mais quente e que o aumento da reflexão da radiação solar limitará as previsões para o aquecimento global. Outros modelos prevêem a redução da cobertura de nuvens e a amplificação do aquecimento.

Em um estudo que acaba de ser publicado periódico científico Journal of Climatepesquisadores da Universidade do Havaí em Manoa (UHM) avaliaram o desempenho dos atuais modelos globais em simular nuvens e apresentaram uma nova abordagem para determinar as respostas produzidas pelas nuvens em um suposto clima mais quente. O principal autor, Axel Lauer do Centro Internacional de Pesquisas do Pacífico (IPRC: sigla em inglês) da UHM, comenta que "Todos os modelos climáticos globais que analisamos apresentam sérias deficiências em simular as propriedades das nuvens no clima atual. É lamentável que a maior deficiência dos modelos globais pode residir em um aspecto que é o mais crítico para prever a magnitude do aquecimento global."

Para estudar as nuvens, os pesquisadores aplicaram um modelo que representa apenas uma região limitada da atmosfera sobre o Oceano Pacífico e áreas terrestres adjacentes. As nuvens nessa região são conhecidas por influenciarem enormemente o clima atual, embora os modelos globais em uso as representem muito mal. O modelo regional, desenvolvido no IPRC, simula com sucesso  características essenciais das nuvens no dias de hoje, inclusida das respostas observadas das nuvens ao fenômeno El Niño. 

Depois de terem avaliado as simulações do modelo para as condições atuais, os pesquisadores examinaram a resposta de nuvens simuladas em um clima mais quente, como pode ser daqui a 100 anos. Uma tendência das nuvens se tornarem mais finas, e cobertura de nuvens ser reduzida, se tornou mais acentuada neste modelo do que em qualquer outro dos modelos globais atuais.

Kevin Hamilton, um dos co-autores do trabalho, conclui: "Se os resultados do nosso modelo mostrarem que ele é mais representativo do clima global real, então o clima está realmente mais sensível a perturbações causadas por gases de efeito estufa do que é previsto pelos atuais modelos globais, e até mesmo as previsões dos mais altos aquecimentos estariam subestimando a verdadeira mudança que poderíamos observar."


sábado, 20 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tudo está conectado

Abaixo parte de uma matéria publicada pelo boletim eletrônico da FAPESP, e que pode ser lido integralmente aqui.

Andreae destacou que a Amazônia funciona como um grande “reator tropical” operado pela biosfera, com interações entre a atividade humana, a ecologia, o clima e a química do ecossistema e da atmosfera.

 “Para compreender os processos e fatores que operam nesse grande reator, precisamos ter uma visão ampla e, além do regime de chuvas, da dinâmica hídrica, da biodiversidade e de outras características da floresta, temos que levar em conta a atividade humana na região”, disse.

 Uma alta do preço do petróleo, por exemplo, pode ter uma influência importante na dinâmica ambiental da Amazônia, segundo Andreae. “Tudo está conectado. Com um preço mais alto do petróleo, o preço do etanol tende a aumentar. Isso faz com que os Estados Unidos produzam mais milho e menos soja, o que acarreta um aumento do preço da soja, tornando esse produto mais atrativo para o produtor brasileiro, cujas plantações poderão avançar sobre a Amazônia”, disse.

 A desconexão entre as análises biogeofísicas e o retorno socioeconômico do sistema, segundo Andreae, é um desafio para os programas de pesquisa que investigam o sistema terrestre, como o Programa da Grande Esfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), do qual ele e Artaxo participam.
 Mais informações sobre os eventos da programação científica do Ano da Alemanha no Brasil: http://www.abc.org.br/article.php3?id_article=831

Nota:  O LBA é a sigla em inglês de um programa com nome original em português "Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia", conforme pode ser verificado no  site.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Novos recursos para Ciências Ambientais e Climáticas

Duas matérias especial do Boletim Eletrônico da FAPESP dão destaque para aplicações de Computação e Instrumentação para as Ciências Ambientais e Climáticas. O foco, por enquanto, é a região Amazônica. No entanto, tais estudos são também de fundamental importância para a compreensão de diversos aspectos similares, quando de trata do Semi-Árido nordestino, onde residem quase 30 milhões de habitantes, em uma região de alta vunerabilidade a mudanças climáticas, quer sejam em escala regional, ou em escala global.
As matérias podem lidas sob os títulos:
1) Oportunidade no desconhecido, por Fábio Castro, aqui;
2) Geosensores para estudar a Amazônia, por Alex Sander Alcântara, aqui.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mundo árabe tem países mais vulneráveis à mudança climática

Países do Oriente Médio podem sofrer com altas temperaturas, aumento do nível dos oceanos e escassez de água

Reuters (via ultimosegundo/ig)| 14/11/2010

Tempestades de areia ocorrem no Iraque, grandes enchentes assolam a Arábia Saudita e o Iêmen, o aumento do nível dos oceanos corrói a costa do Egito, o tempo quente e seco piora a escassez de água no Oriente Médio, que é a região mais carente do mundo nesse aspecto.
O mundo árabe já está sofrendo impactos coerentes com as previsões das mudanças climáticas. Embora cientistas estejam cuidadosos na hora de ligar eventos específicos ao aquecimento global, eles estão exortando os governos árabes a agir rapidamente para proteger os países de potenciais desastres.
Há grandes variações na emissão de gases causadores do efeito estufa na região, com taxas muito altas em várias nações produtoras de petróleo e gás. O Catar, por exemplo, possui o recorde mundial de emissões per capita, com 56,2 toneladas de dióxido de carbono em 2006, enquanto os egípcios emitiram apenas 2,25 toneladas cada um, mostraram dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
Para Mohamed El-Ashry, ex-chefe do Fundo Global para o Meio Ambiente, uma instituição que ajuda os países em desenvolvimento nas questões climática e ambiental, a região não pode ficar inativa em relação a esses problemas. "É da natureza humana esperar até que haja uma crise, para aí sim agir", afirmou. "Mas você detesta esperar até que haja uma crise realmente grande, com um enorme número de pessoas sofrendo desnecessariamente."
Medidas para sanar os problemas ambientais na região também ajudarão a compensar futuros impactos no aquecimento global.
"Avaliar a questão da água, dizem, teria o benefício duplo de responder às questões da mudança climática, mas também avaliar os problemas que resultam do crescimento populacional, das administrações ruins e das fracas instituições relacionadas ao assunto da água," afirmou Ashry.
A população do mundo árabe triplicou desde 1970, para 360 milhões de pessoas. Em 2050, esse número chegará a quase 600 milhões, de acordo com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
A escassez de água, o maior desafio da região, já é imensa. Até 2015, os árabes terão de sobreviver com menos de 500 metros cúbicos de água por ano, um nível classificado como escassez severa diante de uma média mundial de mais de 6.000 metros cúbicos por habitante.
Esse alerta foi dado em um relatório do Fórum Árabe para o Ambiente e o Desenvolvimento (Afed), que disse que as reservas de água na região caíram a um quarto dos níveis de 1960.
As mudanças climáticas agravarão a crise em uma região onde as temperaturas podem subir dois graus Celsius nos próximos 15 ou 20 anos e em mais de quatro graus até o final do século, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
A escassez de água e o aumento do nível dos oceanos são uma realidade, mas a conscientização pública no mundo árabe está atrasada.
"As pessoas ainda não estão cientes desses impactos," afirmou o secretário-geral do Afed, Najib Saab. "Quando você fala de mudanças climáticas, eles acham que o impacto será na lua ou em outros países."
Líderes árabes lidam com a situação da água de forma séria, mas muito frequentemente deixam a questão das mudanças climáticas para os ministros do Meio Ambiente.
"Os ministros do Meio Ambiente são frequentemente os mais fracos nesses países", afirmou Habib Habr, diretor regional do Programa da ONU para o Meio Ambiente. "As políticas estão lá, mas geralmente o que vemos é a falta de implementação ou execução da lei."
Em uma região cheia de conflitos e comandada por governantes irresponsáveis e elites que servem apenas a si próprias, as distrações políticas levam as mudanças climáticas e outros assuntos sociais para a parte de baixo da lista de prioridades, embora a Tunísia, a Jordânia e o Omã sejam mais ativos que a média.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Uma reflexão sobre os eventos climáticos extremos

Agência FAPESP – A Fundação Bunge e a Estação Ciência da Universidade de São Paulo (USP) promovem, nos dias 17 e 18 de novembro, o ciclo de palestras “Conhecer para Sustentar – Uma reflexão sobre os eventos climáticos extremos”, em São Paulo (SP). O evento contará com discussões e análises sobre os impactos e oportunidades diante das mudanças climáticas. No segundo dia do evento, haverá uma visita monitorada à Exposição da Estação Ciência “O planeta Terra e a preservação ambiental”.
"A cidade sustentável", com Sérgio Trindade, presidente da SE2T Internacional, "Reconstrução responsável", com Harold Doley, do Lugano Group, e "Os desafios da sustentabilidade e o compromisso da educação", com Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, são algumas das palestras programadas.
O encontro será realizado na Estação Ciências, localizada na rua Guaicurus nº 1394, Lapa.
Mais informações: www.eciencia.usp.br/eventos/conhecerparasustentar

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pós-graduação em Ciências Climáticas da UFRN está com vagas abertas

08/11/2010 - 08:47 |

O Programa de Pós-graduação em Ciências Climáticas (PPGCC), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, abre o processo seletivo para o ingresso de alunos no Doutorado. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site www.posgraduacao.ufrn.br/ppgcc, com o preenchimento de uma ficha eletrônica até o dia 30 deste mês.

O Programa oferece dez vagas para o curso de Doutorado, podendo se inscrever no processo seletivo os portadores de diploma de Mestrado nas áreas de Ciências Exatas e da Terra ou de Engenharias. A seleção terá duas fases: a pré-seleção e o processo classificatório.

Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR com informações da Agecom

Matéria publicada originalmente aqui.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Concurso Público: Ciências Climáticas na UFRN

Em reunião realizada hoje, 05 de novembro de 2010, na Escola de Ciências e Tecnologia (www.ect.ufrn.br), da UFRN, foram homologadas as inscrições para as vagas de apoio ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas desta universidade. São 3 (três) vagas, distribuídas igualmente nas seguintes áreas: (1) Interação Oceano-Atmosfera; (2) Modelagem Climática; (3) Sensoriamento Remoto. Em cada área foram registradas 6 (seis) inscrições e todas foram deferidas, conforme a distribuição abaixo.

Área: Interação Oceano-Atmosfera
Candidato Situação
01 Kellen Carla Lima Deferida
02 Rosane Rodrigues Chaves Deferida
03 Janini Pereira Deferida
04 Dóris Regina Aires Veleda Deferida
05 Djane Fonseca da Silva Deferida
06 Sandro Correia de Holanda Deferida

Área: Modelagem Climática
Candidato Situação
01 Judith Johanna Hoelzemann Deferida
02 David Mendes Deferida
03 Mônica Cristina Damião Mendes Deferida
04 Francis Wagner Silva Correia Deferida
05 Wendell Rondinelli Gomes Farias Deferida
06 Gyrlene Aparecida Mendes Da Silva Deferida

Área: Sensoriamento Remoto
Candidato Situação
01 Saulo Tasso Araujo da Silva Deferida
02 Melissa Carvalho Deferida
03 Melquisedec Medeiros Moreira Deferida
04 Bernardo Barbosa da Silva Deferida
05 Heliofábio Barros Gomes Deferida
06 Fabrício Sanguinetti Cruz De Oliveira Deferida

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Inscrições abertas para Doutorado em Ciências Climáticas na UFRN

Encontram-se abertas as inscrições para a seleção de candidatos aos Cursos de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com ênfase em modelagem numérica e instrumentação científica, no período de 01 a 30 de novembro de 2010.

Mais informações na página do programa: ppgcc (consulte Processos Seletivos), ou pelos e-mails: 
ppgcc@ccet.ufrn.br  
fcosta@dfte.ufrn.br