segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mudanças climáticas: Cientistas sob ataque

Problemas pontuais no trabalho do IPCC alimentam campanha contra o painel
Em artigo publicado pela Revista Pesquisa FAPESP, Fabrício Marques traça um panorama da recente "crise " enfrentada pelo IPCC. Eis o início do artigo:

"O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), órgão assessor das Nações Unidas para assuntos do clima, vive a fase mais turbulenta de seus 22 anos de existência. Na esteira da denúncia de uma suposta manipulação de dados em favor da ideia de que o aquecimento terá efeitos dramáticos e da descoberta de erros pontuais em seus relatórios lançados em 2007, o colegiado composto por cerca de 600 cientistas de mais de 40 países vem sendo alvo de uma forte campanha movida por diferentes grupos de interesse, tais como políticos conservadores e representantes de setores vinculados à exploração de energia fóssil."

e a conclusão

"O prejuízo produzido pelo escândalo e pelo cerco político ainda é difícil de mensurar. Para Ulisses Confalonieri, o IPCC sairá ileso da crise. “O painel continuará trabalhando normalmente. O essencial é haver mecanismos de controle”, afirma. Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP, que também representa o Brasil no IPCC, concorda que a crise não vai interferir no trabalho dos cientistas do clima. “Nosso trabalho prosseguirá, mas é possível que autoridades sejam influenciadas por esses episódios e adiem medidas necessárias”, afirma. Citando um artigo recente sobre a crise do IPCC assinado pelo economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade Harvard, Artaxo antevê prejuízos. Sachs mostrou, por exemplo, que a reação do lobby da indústria tabagista na década de 1960 adiou por 10 anos a tomada de medidas contra o cigarro. “Muita gente morreu por causa disso”, diz Artaxo. “O risco é que isso aconteça com as mudanças climáticas, com a diferença de que a inação não afetará apenas um grupo de pessoas, mas parte significativa da humanidade”, afirma o professor da USP. "

A versão original, completa, pode ser lida aqui.

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